Em tempos como os atuais, as coisas têm mudado muito rápido. O modo como nos relacionamos e trabalhamos passou por grandes reviravoltas devido ao distanciamento social, que faz parte do novo normal. Consequentemente, pudemos observar um grande movimento de adaptação por parte do setor empresarial. É possível que você também esteja se perguntando como montar um novo negócio no meio disso tudo.
A crise pegou muitos empresários grandes e pequenos de surpresa e fez com que eles precisassem apostar em soluções inovadoras, adaptadas ao contexto de cada um. Grande número deles decidiu até (ou não teve opção senão) mudar de ramo por conta da necessidade.
O CEO da Koobi, Gib Medeiros, que ensina Inovação e Empreendedorismo no Insper, em São Paulo, dá aqui algumas dicas:
Sabemos que no começo de um negócio nada é fácil. Os lucros que esperamos demoram a vir, e as contas… essas nunca param de chegar.
Enquanto isso, você vai ter que investir muita energia e tempo para estruturar e gerir a sua empresa. Então, é bom escolher algum ramo com o qual você tenha realmente afinidade, senão o desgaste psicológico vai consumir todo o seu ânimo.
Além disso, muito mais que um cliché, é um conceito lógico que se você se dedica àquilo de que gosta e entende, vai se dar melhor.
Por exemplo, você tem um restaurante de comida mexicana que, como todo os serviços de alimentação, foi altamente impactado pelas novas exigências de saúde. A maioria dos seus colegas e concorrentes transferiu seu foco para as entregas.
Entretanto, a concorrência continua alta. Além disso, quando associado aos aplicativos de delivery, o restaurante acaba perdendo uma porcentagem considerável do que lucra.
Já que o seu diferencial não é o serviço delivery, que todos estão fazendo, pense à frente. Você tem uma especialidade nessa cozinha, então por que não explorá-la mais e melhor? Dê cursos online, faça um blog de receitas, crie eventos virtuais de harmonização, enfim, aproveite a autoridade que você tem no assunto e venda o seu novo produto, que é o seu conhecimento e experiência.
Crédito: Nikita Kachanovsky
Use os seus talentos para prover serviços ou criar produtos que atendam às necessidades do novo normal. Essa crise gerou novas oportunidades para quem é criativo e inovador. Preste atenção ao que acontece à sua volta, e onde estão as lacunas.
Se você é bom em tecnologia, pode começar a pensar em soluções práticas para facilitar a vida de quem agora trabalha em home office, por exemplo.
Ou então, caso o seu negócio seja recursos humanos, pode criar uma plataforma de colaboração virtual entre vários profissionais que estão com mais tempo disponível agora.
Enfim, há inúmeras chances de desenvolver negócios com pouco dinheiro e boas ideias. Só é preciso ser observador, proativo e realista, porque também não adianta sonhar muito. É preciso ser prático.
Agora não é hora para produzir um plano de 50 páginas. Use a sua energia para resumir o seu modelo de negócio e criar um processo de testes interativos de forma rápida e barata.
Assim, você descarta rapidamente o que não dá certo sem muito prejuízo. E pense que pouco dinheiro para começar é sinônimo de sabedoria. Não é o momento de fazer grandes investimentos e assumir compromissos pesados a longo prazo.
Esse é um processo muito valioso. Negócios de sucesso são como organismos vivos: sempre passam por transformações.
Experimente fazer um protótipo do seu produto ou serviço e apresentar para um público mais próximo. Com certeza você colherá muitos feedbacks importantes. E assim vai avançando conforme os sinais forem positivos, corrigindo o rumo ao longo do percurso.
Os empreendimentos mais bem sucedidos são aqueles que contam com uma equipe complementar, tanto no aspecto técnico quanto humano.
Uma empresa precisa de pessoas com competências em diferentes áreas. Esse é o lado técnico. Mas também precisa das habilidades pessoais dos membros da equipe, que vão muito do treinamento profissional: senso prático, diligência, aptidões em comunicação, organização, etc.
Os investidores à procura de novos projetos para apoiar, valorizam muito o fator pessoal de uma empresa. Sua maior riqueza está no time que a compõe. Mesmo em pequenos empreendimentos, contar com pessoas engajadas, que acreditam e que estão na vibe do negócio são fundamentais para o sucesso do empreendimento.
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