O Guia Alimentar para a População Brasileira atual, publicado pelo Ministério da Saúde em 2014, é inteligente, muito bem elaborado e elogiado internacionalmente. Entretanto, alguns dias atrás, o plano foi atacado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Além de fazer várias críticas, a pasta também pedia a revisão das restrições aos alimentos ultraprocessados.
Segundo essa nota da equipe do MAPA, o plano atual limita as escolhas do consumidor. Isso porque o Guia Alimentar que temos hoje relaciona o nível de processamento envolvido na produção dos alimentos a seus efeitos na saúde humana.
Ou seja, quanto mais processados, menos benéficos. Mas o documento do MAPA contesta isso.
A pasta pedia uma correção do Guia, amenizando a descrição dos malefícios dos alimentos ultraprocessados e incentivando o seu consumo. Mas que razão se esconde por detrás desse ataque?
Antes de tudo, vamos entender o que é o guia e qual seu principal objetivo. O Guia Alimentar é um documento oficial, que organiza recomendações de uma alimentação saudável para a população brasileira.
Ele se baseia nos alimentos típicos do país e nas receitas tradicionais que são acessíveis para uma grande maioria dos cidadãos.
Inegavelmente, esse Guia de 2014 ressalta a importância de uma nutrição baseada em alimentos frescos, como frutas e legumes, e naqueles de pouca interferência industrial, como a farinha de mandioca.
Além disso, ele recomenda que se comam menos alimentos processados e que se evitem os ultraprocessados, como macarrão instantâneo e embutidos, com salsichas e linguiças.
O principal objetivo do guia é promover a saúde das famílias
Com toda a certeza – e comprovação científica – as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são um dos maiores problemas de saúde pública. E certos hábitos alimentares podem agravar essas condições.
Por exemplo, diabetes, doenças cardiovasculares, alguns tipos de câncer e a obesidade estão fortemente relacionadas à alimentação. Atualmente, 55,7% da população adulta do país está com excesso de peso e 19,8% está obesa.

É o que comprova a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2018.
Do mesmo modo, sabe-se que o consumo de alimentos pobres em fibras e vitaminas antioxidantes, e ricos em gorduras saturadas, gordura trans e açúcares simples são agravantes dessas doenças.

Já os alimentos hortifruti naturais enriquecem a dieta com valores nutricionais. O consumo diário de frutas, legumes e verduras contribui para reduzir em:
- 24% o risco de doença cardíaca
- 33% o risco de derrame
- 28% o risco de doença cardiovascular
- 13% o risco de câncer
- 31% o risco de morte prematura
O que está em jogo?
O Ministério da Agricultura argumenta que ao orientar a população a evitar os alimentos ultraprocessados, o Guia Alimentar para a População Brasileira está generalizando muito.
Da mesma forma, defende que grande parte dos alimentos industrializados que recebem a classificação “ultraprocessados” são na verdade “preparações culinárias caseiras”.
Só que os pratos feitos em casa não contém gorduras saturadas, gordura trans, conservantes e outros aditivos.
A verdade, é que as orientações do Guia Alimentar atual são prejudiciais aos negócios da indústria alimentícia.
Já no seu lançamento, em 2014, alguns setores da indústria alimentícia protestaram, alegando que as orientações poderiam afetar seus negócios. E realmente foi o caso.
Dados de pesquisas do IBGE mostram que o interesse por fast-foods e ultraprocessados não avançou como o previsto desde então.
Por isso existe todo um lobby das indústrias para mudar o conteúdo do Guia, a fim de favorecer o aumento do consumo de seus produtos.
Protestos da comunidade internacional
Por sorte, o pedido de mudanças no excelente Guia Alimentar não passou despercebido das vistas internacionais.
Trinta e três cientistas de países como EUA, Canadá, Austrália, Reino Unido, México, Chile e África do Sul publicaram uma carta endereçada à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para rechaçar a intenção de alterar o Guia.
Na carta, organizada por Barry Popkin, professor americano de nutrição da Universidade da Carolina do Norte, eles argumentam que as críticas ao Guia são injustificadas e não contém nenhuma base científica.
Só para ilustrar, a carta relembra que países como França, Israel, Canadá, México, Chile e Uruguai seguiram o exemplo brasileiro para preparar recomendações para suas próprias populações.
Em virtude da avalanche de protestos, a ministra recuou, negando que teria a intenção de reformular o Guia.
No entanto, existe sim a necessidade de defender o documento como uma conquista de saúde pública. Sua manutenção representa mais alimentos saudáveis e naturais na mesa dos brasileiros. A existência desse Guia ajuda no pensamento ambiental e no bom convívio com o que natureza oferece. Por isso, devemos defendê-lo!
Para mais dicas de alimentação saudável, fique ligado no Facebook e Instagram da Koobi.
Acesse nosso site para saber mais sobre o que a Koobi pode fazer por quem está à procura de um estilo de vida mais saudável.
E peça a Koobi Kombucha pela loja online, em versões individuais ou packs.
Leave a Reply