Muito tempo no smartphone? Existem formas de ter um uso saudável

Muito tempo no smartphone? Existem formas de ter um uso saudável

Se você não estiver lendo este texto pelo smartphone, uma pergunta: onde está o aparelho agora? A questão fez com que o procurasse? Se respondeu “sim”, é provável que, nos próximos minutos, você não consiga se concentrar nesta leitura. 

Por exemplo, pense no seguinte cenário: se o seu telefone  celular fica fora do seu alcance, você percebe que um sentimento de ansiedade costuma tomar conta de você? E basta porém que você o tenha em mãos para o alívio ressurgir? 

Assim, se isso é comum no seu dia a dia, o sinal amarelo sobre o uso exagerado do smartphone precisa estar ligado.

De fato, esta é uma constatação cada vez mais frequente nos dias atuais. No entanto, não se preocupe, não é culpa sua. Os smartphones, aplicativos e todas as suas funções foram idealizados para serem viciantes. 

Eles são irresistíveis

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É o que prova o documentário “Dilema das Redes” (2020), lançado recentemente na NetFlix. Nesse filme, especialistas da psicologia e os próprios engenheiros que desenvolvem os aplicativos explicam as estratégias usadas para manter qualquer um ansioso por não olhar para o celular. É a sensação de que se está perdendo algo importante se ficar desconectado. 

Portanto, a conclusão geral do filme: é muito difícil para o cérebro resistir à tentação do smartphone. É possível até comparar com os jogos de azar, quando o cérebro fica sempre em busca da sensação de vitória. No caso das rede sociais, a sensação boa pode estar no próximo link que irá surgir.

Um estudo publicado em 2017 pela Universidade de Seul (Coreia do Sul) mostrou que a utilização excessiva de telas como a de celular gera alterações químicas no cérebro.  Essas mudanças causam reações idênticas às da síndrome de abstinência e a outras similares às que decorrem da dependência de drogas. 

Em outras palavras, os gadgets modernos e as redes sociais podem ser danosos — e, por esse motivo, você deve limitar o acesso a eles. Para isto, algumas técnicas e, por incrível que pareça, alguns aplicativos, podem auxiliar a redução do tempo gasto olhando pra tela.

Em busca de um uso mais saudável

Dessa forma, informações do próprio Google apontam que a medida mais eficaz para incentivar indivíduos a maneirar no uso do smartphone é fornecer a eles dados de como navegam pela internet no smartphone. Então, só de saber quantos minutos gastamos com esse hábito, tendemos a diminuir o acesso.

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Com isto em mente, vamos aos meios para obter tais informações:

No android e iPhone

Ambos os sistemas possuem o recurso “Tempo de Uso” que oferece as horas gastas no celular, dividindo em categorias como redes sociais, leitura e produtividade. A dica é usar essa ferramenta para limitar o tempo de alguns apps. Ao passar de 2h no Instagram, um aviso aparece na tela.

No Facebook e Instagram

Na aba de configurações das redes sociais se encontram as informações de tempo diário e semanal gasto nelas. Também é possível bloquear os aplicativos ao passar de uma determinada quantia de tempo navegando.

Outras dicas dizem respeito à rotina:

Não leve o celular pra cama Desligue-o e deixe ele fora do seu quarto. Se a sua desculpa é que você usa ele para despertar, deixe em uma distância razoável da cama. 

Acordou? Deixa o celular pra depoisVocê deve se preparar para o dia que terá pela frente, ir no banheiro, preparar o seu café da manhã, se alongar, se vestir e arrumar. É o seu momento. Não cheque o celular antes disso.

Carro ligado, celular apenas como GPS – Aqui é questão de respeitar a lei. Proteja você e os outros, motoristas e pedestres.

Desligue o celular no seu período mais produtivoAo longo de algumas horas, desligue o seu celular e coloque longe do seu alcance (numa bolsa ou gaveta). Só ligue quando completar o seu trabalho.

Diversão é prêmio – Se você gosta da distração das redes sociais, coloque às como um prêmio por ter mantido o uso moderado durante o dia. Não há problema em se deleitar com o conteúdo que existe por lá.

 

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De olho nas crianças

Ora, quem nunca viu um criança vidrada na tela de um smartphone ao som de “Baby shark doo doo…”? Os pais encaram a situação, ouvido diferentes músicas repetitivas de uma distância segura, porque os filhos, alguns pequenos mesmo, de 3 anos, talvez 4, estão hipnotizados, mas bem quietinhos.

Entretanto, o mais preocupante é que no Brasil, três em cada dez meninos ou meninas com idade entre 4 e 6 anos têm um celular para chamar de seu. A frequência do uso aumenta exponencialmente.

Segundo uma pesquisa da Common Sense Media, organização americana sem fins lucrativos destinada a rastrear os hábitos tecnológicos da juventude, o tempo da criançada diante dos vídeos mais que dobrou desde 2016, chegando à média diária de uma hora.

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Mas afinal, o que seria excessivo para o pequenos? Diferente dos adultos que podem avaliar o uso de diferentes formas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere que menores de 2 anos não tenham contato algum com telas, nem mesmo de televisores. Smartphone próprio, ou tablet, tão somente depois dos 8 anos, e sempre com vigilância.

Antes disso, a prematuridade implica problemas de aprendizado (é preciso ler mais), de visão (há uma epidemia de miopia entre os pequenos) e até de isolamento social (avalia-se que o abuso da internet é o que fez aumentar os índices de depressão entre jovens na faixa dos 10 aos 14 anos). É preciso ficar de olho. Entre o veneno e o remédio está a dose.

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